Por Ingra Lopes, VOZ MOLA Brasil  / Imagen portada: cortesía Garciabello.

Quais foram as coisas que você tocou hoje? // ¿Qué has tocado hoy?

Tudo aquilo que estimula nossos sentidos nos afeta de alguma maneira. Conseguimos perceber isso facilmente se pensarmos nos estímulos visuais ou sonoros, em como alguns tem poder de gerar emoções diversas. Mas e o tato? Tocamos coisas frias, rígidas, ásperas, ou macias, quentes… Isso nos afeta também. O tato é o primeiro sentido desenvolvido no feto, é o sentido que nos traz as sensações e memórias mais primitivas de nossa existência.

Todo lo que estimula nuestros sentidos nos afecta de alguna manera. Podemos ver esto fácilmente si pensamos en estímulos visuales o sonoros, cómo algunos tienen el poder de generar diferentes emociones. Pero ¿y el tacto? Tocamos cosas frías, duras, ásperas, blandas, calientes … Eso también nos afecta. El tacto es el primer sentido desarrollado en el feto, es el sentido que nos trae las sensaciones y recuerdos más primitivos de nuestra existencia.

Indo um pouco mais além, já parou pra pensar que desde o primeiro dia de nossas vidas, talvez antes mesmo de tocar a pele dos nossos pais, nossa pele esteve envolta em tecidos? Nosso maior órgão, a pele, teve, em todo o seu percurso, grande parte de sua experiência sensorial pautada pelo toque dos diferentes tecidos e fibras, e ainda assim, os tecidos são muitas vezes renegados a um status de objeto secundário em nossas vidas. Mas a verdade é que ele é das coisas mais ancestrais já criadas: por algum motivo decidimos criar essa espécie de segunda pele e com ela continuamos, após milênios. 

Además, ¿alguna vez te has parado a pensar que desde el primer día de nuestra vida, quizás incluso antes de tocar la piel de nuestros padres, nuestra piel estaba envuelta en telas? Nuestro órgano más grande, la piel, tuvo, a lo largo de su curso, gran parte de su experiencia sensorial guiada por el tacto de diferentes tejidos y fibras y, sin embargo, los tejidos a menudo son renegados del estatus de objeto secundario en nuestras vidas. Pero lo cierto es que es una de las cosas más ancestrales jamás creadas: por alguna razón decidimos crear este tipo de segunda piel y continuar con ella, después de milenios.

Trazer de volta um olhar mais atento aos materiais que nos adornam é uma chance de nos redescobrirmos através dos nossos sentidos mais primitivos. Tocar matérias primas naturais e sustentáveis, é também reacostumar os sentidos à natureza. Que tal nos permitirmos sair um pouco do estigma de que determinados materiais servem apenas para determinadas finalidades e olhar para toda a matéria que cerca nossos corpos – e também para os nossos próprios corpos – como possibilidades abertas, de novas reflexões, de novas percepções, de uma vivência constantemente criativa?

Recuperar una mirada más cercana a los materiales que nos adornan es una oportunidad para redescubrirnos a través de nuestros sentidos más primitivos. Tocar materias primas naturales y sostenibles es también volver a acostumbrar los sentidos a la naturaleza. ¿Qué tal si nos permitimos salirnos del estigma de que ciertos materiales sirven solo para ciertos fines y mirar toda la materia que rodea nuestro cuerpo –y también nuestro propio cuerpo– como posibilidades abiertas, de nuevos reflejos, de nuevas percepciones, de una experiencia constantemente creativa?

Com isso, deixo a provocação: as roupas que você veste te trazem conforto e acolhimento ou te apertam e tem uma textura estranha? Quais são os momentos em que me sinto precisando de texturas mais suaves e em quais preciso de mais rigidez? E como é tocar a natureza? Com o que ou quem você se conecta diariamente?

Con eso, dejo la pregunta: ¿la ropa que llevas te aporta comodidad y calidez o te aprieta y tiene una textura extraña? ¿Cuáles son los momentos en los que siento que necesito texturas más suaves y cuándo necesito más rigidez? ¿Y cómo es tocar la naturaleza? ¿Con qué o con quién te conectas a diario?

 

Tecelã, pesquisadora têxtil e criadora da Péplos, uma marca de mantos artesanais, que nasceu em 2017, em São Paulo, Brasil, inspirada pelas formas ancestrais de vestir e das técnicas de tecelagem utilizadas para esse fim. A palavra grega ‘Péplos’ remonta aos antigos mantos cerimoniais que eram tecidos por meses, geralmente por mulheres, e, depois de finalizados, oferecidos às imagens das deusas cultuadas na Grécia Antiga. https://www.instagram.com/peplos_/?hl=pt-br

Paulista de 26 anos de idade e é formada em Ciências e Humanidades pela Universidade Federal do ABC, tendo feito diversos cursos técnicos e livres na área de Moda em instituições como o SENAI-SP e a Escola São Paulo. Na fase inicial de sua pesquisa na área de moda, por volta de 2013, teve seu primeiro contato com tingimento natural, e posteriormente, em 2015, fez seu primeiro curso de tecelagem manual em tear de pente liço. A paixão pelo fazer manual cresceu cada vez mais e em 2017, criou a Péplos para transformar a inspiração em fazer prático. Em 2018 fez uma imersão em tecelagem em tear de cintura e tear mapuche no Chile, aprofundando seu repertório sobre trabalhos manuais artesanais de povos tradicionais latinoamericanos. Seu principal interesse e tema de pesquisa atualmente é a relação do ser humano com o fazer e vestir têxtil, suas percepções sensoriais, e a influência dos têxteis e do trabalho manual em si no pensamento/ conhecimento/ sentimento de mundo. É particularmente influenciada pela corrente do ecofeminismo e pelas filosofias latinoamericanas que falam sobre a descolonização do pensamento e do viver.

Tejelana, investigadora textil y creadora de Péplos, una marca de mantos hechos a mano, que nació en 2017, en São Paulo, Brasil, inspirada en las antiguas formas de vestir y las técnicas de tejeduria utilizadas para este propósito. La palabra griega ‘Péplos’ se remonta a las antiguas túnicas ceremoniales que eran tejidas durante meses, generalmente por mujeres, y, una vez terminadas, ofrecidas a las imágenes de las diosas adoradas en la antigua Grecia. https://www.instagram.com/peplos_/?hl=en

Paulista, de 26 años y graduada en Ciencias y Humanidades por la Universidad Federal de ABC, ha tomado varios cursos técnicos en el área de Moda en instituciones como SENAI-SP y Escola São Paulo. En la fase inicial de su investigación en el área de la moda, alrededor de 2013, tuvo su primer contacto con el teñido natural, y más tarde, en 2015, tomó su primer curso de tejido manual en telar de peine. La pasión por las artes manuales creció más y más y en 2017, creó Péplos para transformar la inspiración en práctica. En 2018, tomó clases de telar de cintura y telar mapuche en Chile, profundizando su repertorio en artesanías tradicionales latinoamericanas. Su principal interés y tema de investigación hoy en día es la relación entre los seres humanos y la fabricación y el uso de textiles, sus percepciones sensoriales y la influencia de los textiles y el trabajo manual en sí mismo para pensar / conocer / sentir el mundo. Es particularmente influenciada por la corriente del ecofeminismo y por las filosofías latinoamericanas que hablan sobre la descolonización del pensamiento y la vida.